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Suba montanhas, mas pare o suficiente pra apreciar a vista!

Um dia eu sonhei em trabalhar com algo que amo, um dia eu sonhei em ter minha independência, um dia eu sonhei em viver de fotografia, um dia eu sonhei poder dar um curso de fotografia, um dia eu sonhei em morar em uma casa só minha.

Todos esses sonhos pareciam distantes demais.

Viver só de fotografar?! Será que alguém vai querer tirar fotos comigo? Minha edição é ruim, minha câmera é cropada, eu ainda estou muito distante de ser uma boa profissional – eu pensava.

Morar sozinha? Será que eu vou dar conta de sozinha pagar um aluguel, tendo um filho e tão nova? Muita responsa! Ser dona de casa, mãe, autônoma, vixi, não sei se consigo!

Dar um curso de fotografia? Mas quem sou eu pra ensinar algo? Tenho tanto a aprender!

Morar numa casa no centro da cidade e trabalhar nela também? Deve ser muito prático, mas será que isso é pra mim?! Isso pra mim é luxo demais, coisa de gente muito rica!

Viajar trabalhando, fazendo o que ama? Imagina que sonho, será que um dia vou fazer isso, será que um dia alguém vai querer me chamar pra fotografar em algum lugar fora daqui?

Semana passada uma chave na minha cabeça virou: comecei a olhar seriamente pra minha vida e perceber que to vivendo, exatamente no AGORA, coisas que há 3 anos atrás eram inimagináveis pra mim! Jamais imaginei que eu estaria vivendo 100% de fotografia, dando um curso bem sucedido de fotografia, morando numa casa que já foi meu sonho de consumo e no centro (pra mim quem morava no centro era só gente podre de rica, era uma crença limitante bem grande, ainda mais depois de ter sofrido bullyng na escola por morar na periferia numa casa simples) e ainda indo fotografar em outros lugares, viajando a trabalho, que era o que sempre sonhei! Olhei pro meu filho e vi um ser perfeito em muitos sentidos, olhei pra mim e gostei do que vi, olhei pro meu relacionamento e fiquei feliz por ser saudável, pra minha família que me apoia... E só senti uma gratidão sem fim.

Quantas vezes dando mama e estudando? Quantas noites sonhando em ser fotógrafa? Quantas vezes chorei por querer ter minha independência e meu cantinho, achando que eu nunca conseguiria? Quantas vezes trabalhei com coisas que não eram o que eu queria pra comprar equipamentos fotográficos? Arrisquei fazer cursos que eu nem saberia como pagar pra conseguir evoluir? Quantas crenças limitantes de que “tal coisa é difícil ou tal coisa não é pra mim” eu tive que quebrar? E me vejo hoje sonhando com outras coisas, sempre mais alto... Isso não é ruim, claro que temos que ter novos objetivos, isso da gás na vida! Mas espero que eu nunca esqueça de comemorar no topo de cada montanha que conseguir subir, que eu consiga apreciar a vista!

A graça não é só chegar onde queremos, é o processo. Se a graça for só “chegar lá”, quando chegarmos, o que faremos depois? Evoluir é a graça e, não, estagnar! Mas um querer-evoluir com gratidão pelo processo, diferente de querer sempre só mais e mais e mais até acabar num caixão sem ter agradecido nada e parado pra aproveitar esses momentos de pequenas vitórias!

Hoje me peguei emocionada olhando pra essa mesinha com fotos que fiz que gosto muito e cheia de plantas em volta, fazia tempo que queria a casa mais a minha cara e ver as plantinhas aqui, as fotos que fiz com meu trabalho que amo e um cantinho meu, me fez cair lágrimas.

Sempre me cobro demais querendo ser muito produtiva, dia e noite, de dar conta de tantos papéis ao mesmo tempo, mas agora quero gastar um pouco do tempo que gasto apenas me sentindo satisfeita também por isso, por cada conquista, por menor que seja!

Comemorando cada suculenta nova, cada dia que eu puder me sustentar do jeito que sempre sonhei, cada vez que alguém me diz que minhas fotos são autênticas e já da pra saber que fui eu que tirei (quantas vezes sonhei com isso!) ou que me chamam para fotografar em outras cidades, países! Cada cantinho da minha casa com a minha cara, que seja!

Que a gente suba montanhas enormes, mas que saibamos parar por tempo suficiente pra apreciar o por do sol lá de cima, senão, de que adianta todo o cansaço?!


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